Vaginismo atinge 5% das mulheres em todo o mundo


Estatísticas mundiais apontam que cerca de 5% das mulheres apresentam algum grau de vaginismo, que vai desde a dor durante o ato sexual até a completa impossibilidade da penetração. 



O vaginismo caracteriza-se pela dor constante durante a penetração sexual, quando a mulher involuntariamente contrai a musculatura do canal vaginal, impedindo a entrada do pênis. 

Dentre as causas do vaginismo, enquadram-se fatores educacionais, como uma criação repressiva e controladora; religiosos, em que sexo é considerado pecado, levando ao sentimento de culpa; e traumas causados por abusos sexuais, estupros e maus tratos que levam à hostilização da figura masculina. 

A mulher vagínica tem dificuldade não só para realizar atividade sexual, mas também para inserir absorvente interno e permitir exames ginecológicos, o que a insere em uma situação de risco. Sendo assim, o vaginismo é um transtorno que não deve ser desprezado pela mulher que o apresenta, visto que ele traz malefícios não só psicológicos, mas também pode ocasionar a não identificação de problemas físicos. 

“Tenho 3 anos de casada e ainda não consegui ser penetrada. Há dois anos descobri q se tratava de vaginismo, hj faço terapia pq quero engravidar mas ao mesmo tempo me sinto incapaz de engravidar pois nunca a relação sexual é completa.”

“Olá, tenho 41 anos e até hoje não venci o que acredito ser vaginismo. Não consigo ser penetrada de jeito nenhum, simplesmente o pênis não entra. Não tenho nenhuma lubrificação, o que faz com que as coisas ainda se tornem mais dificeis. Sou virgem até hoje. Acabei de sobrar em mais um relacionamento. Estou tão desencorajada e desanimada. Já cheguei a pensar até em suicidio. Sinceramente não acredito que possa vencer essa guerra.. Tenho medo, vergonha e sentimento de culpa em relação ao sexo.”

“Tenho 25 anos e acredito que tenha vaginismo, por mais que tente nada entra e sinto uma dor horrível. Hoje estou sozinha e não tenho nem coragem de olhar para um cara, só de pensar em ter que explicar entro em pânico, por causa disto não saio e nem paquero pois tenho muita vergonha.”

Os comentários acima citados foram retirados do blog vaginismotemfim.blogspot.com.br, escrito por Daniela Barros, 30 anos, ex-vagínica e que atualmente se dedica a ajudar mulheres que apresentam sintomas de vaginismo.

Fátima Protti, em seu livro “Vaginismo: quem cala nem sempre consente” mostra que a população feminina com vaginismo demora de cinco a dez anos para procurar ajuda profissional, enfrentando, durante todo esse período, grande sofrimento em razão de relacionamentos frustrados, solidão e angústia. Ao buscarem direcionamento médico, no entanto, essas mulheres não encontram uma assistência efetiva que traga solução para o seu problema, fato que agrava ainda mais o seu quadro psicossocial.

Visando acolher e tratar um número cada vez maior de mulheres que apresentam vaginismo, o núcleo de sexualidade feminina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), criou o CATVA – Centro de Atendimento ao Vaginismo, através do Projeto Afrodite. De acordo com os estudos realizados pelo núcleo, os diagnósticos de vaginismo subiram 80% de 2005 a 2010 e comprovam que a terapia sexual é eficaz em 90% dos casos. 

No CATVA, as pacientes são tratadas por uma equipe de ginecologistas, psicólogos e fisioterapeutas, que utilizam métodos de relaxamento e respiração, dissensibilização do períneo e controle dos músculos pélvicos.  A ginecologista responsável pelo trabalho, Carolina Carvalho Ambrogini, afirma que fatores como educação religiosa rígida ou controladorismo dos pais, assim como medo e desconhecimento do próprio corpo podem levar a relações sexuais traumáticas que levam ao desenvolvimento do vaginismo. Com isso, muitas mulheres se tornam depressivas e podem até pensar em suicídio. 

A solução para o vaginismo envolve tratamento psicoterápico focado na sexualidade. É aconselhável que o parceiro da paciente esteja presente durante as sessões para apoiá-la e aprender a lidar com o problema. Além da terapia, há exercícios sugeridos que ajudam a evolução da penetração, que começa a ocorrer aos poucos. Recomenda-se que a mulher vagínica procure um especialista para resolver esse transtorno. Afinal, sua saúde física e emocional poderá proporcionar uma vida sexual ativa e feliz. 

                                                                                                                                     Por Daniel Peres

FONTES:
http://vaginismotemfim.blogspot.com.br/
http://projetoafrodite.blogspot.com.br/

http://books.google.com.br/books?id=ye4GHnwJb9MC&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false

3 comentários:

  1. Achei muito útil essa matéria, visto que muitas mulheres não sabem que tem vaginismo e tem, e com isso acabam levando uma vida depressiva e angustiante, sem procurar ajuda médica.

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  2. Acho que a matéria não se adapta completamente ao público alvo do blog (definido pelos alunos em sala). Assim como a sua matéria sobre a alimentação, ela se aproxima mais da editoria de saúde e menos da editoria de comportamento. Karla

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