Exame considerado o maior do país faz 15 anos com direito a muitos escândalos. Mesmo assim é uma boa opção para quem deseja ingressar em uma Universidade.
Escândalos
como roubo de provas e mudança nos dias de exame têm virado notícia na mídia e
nas redes sociais. Recentemente, tivemos o caso de dois rapazes que, ao
realizarem o Exame Nacional do Ensino Médio, escreveram no meio da redação uma
receita de macarrão instantâneo (Miojo) e o hino do Palmeiras. Segundo eles, o
objetivo dessa façanha era avaliar o sistema de correção das redações.
Para
espanto da população, tais alunos receberam, respectivamente, notas 560 e 500
em suas redações, sendo que a nota máxima é 1.000 pontos. São reais os
resultados que avaliam o ensino no país? Não basta dizer que os alunos são
relaxados e não se empenham em aprender, nem que os professores são relapsos e
não se empenham em ensinar. O primeiro passo tem que vir de cima. Tem que
partir de quem governa.
Segundo
o jornal carioca "O Globo", as "melhores" redações do
Enem têm erros de ortografia, concordância verbal, acentuação e pontuação.
Erros de ortografia como trousse, enchergar e rasoavel. A
justificativa dos examinadores é que erros ortográficos são meros detalhes e
não refletem o domínio da língua portuguesa.
A
educação formal esbarra, diariamente, numa série de obstáculos, que não são
apenas a falta de leitura e o desinteresse nos estudos, mas a falta de cultura
geral.
Sobre
as redações dos garotos citados acima, o Ministério da Educação declarou que os
avaliadores receberam treinamento e foram orientados a não atribuir nota zero a
nenhum dos inscritos. O governo quer evitar excluir os alunos do processo de
seleção. A tolerância ao erro não estimula o aprendizado. Pelo contrário,
desestimula os candidatos e os professores.
A
opinião dos professores diverge quando o assunto é o Exame Nacional do Ensino
Médio. Alexandre Floriano, professor de Letras que já trabalhou como corretor
no ENEM, não descarta a responsabilidade do governo, mas afirma que o agravante
principal é a preparação dos alunos. “Penso que o maior problema não é do exame
em si, mas desta geração sedentária do saber.” Os alunos são preguiçosos e não
buscam se interar de conteúdos e notícias atuais, assim fica difícil memorizar
ou recordar conceitos acadêmicos passados em sala de aula, completa o
professor.
Em
época de exame, a educação fica de “pernas pro ar”. A palavra ENEM, muitas
vezes, é sinônimo de bagunça e de que algo não vai dar certo. Funcionário
comercializando provas, pane no sistema e muitos outros casos que viram
notícia. A população tem a impressão que tudo é muito mal organizado, feito de
última hora, sem planejamento. Porém, um exame que era somente para avaliar o ensino
no país, hoje tem mais importância, pois dá acesso a universidades federais e
concede bolsas aos estudantes. Por essas razões, deveria ser encarado com mais
seriedade e responsabilidade.
Mas
mesmo apresentando problemas, ainda vale a pena realizar o exame. São mais de
mil faculdades que aceitam a nota do Enem como pontuação extra nos vestibulares
de todo o país. É importante destacar que essa nota só é usada se for colaborar
com a nota do candidato. Caso prejudique, é descartada.
A
ideia do MEC era que a nota do ENEM substituísse a nota do vestibular nas
instituições de ensino que fossem mantidas pela União. Mas cada universidade
escolheu aderir de uma maneira: algumas como fase única ou como 1ª fase, como
parte da nota ou para preencher vagas remanescentes.
Além
das universidades, algumas empresas, principalmente as que contratam
estagiários, utilizam a nota do ENEM como critério para seleção de
funcionários. Seria como uma “forcinha” extra para que aquelas pessoas que não
possuem experiência no mercado de trabalho, tenham a chance de conseguir um bom
emprego.
Caroline Oliveira
Foto: google imagens