Em um mundo tecnológico, integrar novas tecnologias à sala de aula se torna frequente para docentes e alunos. O último estudo da Internet Data Center (IDC) Brasil, divulgado em 2011, mostra que o País assumiu a terceira posição no ranking mundial do mercado de PCs. O País vendeu 3,86 milhões de computadores. Nesse cenário, 25,8% foi direcionado ao mundo corporativo e 4,7% ao governo e à educação. Por esse motivo e por causa do avanço das novas tecnologias no Brasil e no mundo, o uso desse recurso em sala de aula veio crescendo gradativamente nos últimos anos. Muitos professores utilizam esse meio como ferramenta pedagógica. Já os alunos, além de a usarem como forma de aprendizado nos laboratórios de informática da escola ou em laptos e aparelhos pessoais, aproveitam também para fazer o uso da tecnologia para pesquisas ou deveres de casa. E isso acontece tanto com os alunos do ensino superior quanto com os do ensino médio e básico.
Estudantes acreditam que utilizar ferramentas
tecnológicas em sala de aula ajuda no aprendizado.
Foto: Mayra Silva
O estudante do 5° ano do ensino fundamental Yuri Assunção diz que, na escola onde estuda, apenas às quintas-feiras ele faz uso das ferramentas tecnológicas que a sala de informática disponibiliza. “Eu acho que a escola deveria organizar mais dias para isso, porque os alunos gostam e, pelo menos eu, aprendo mais”, comenta. As atividades escolares que Assunção realiza são todas no caderno, e ele faz a utilização de livros didáticos para cumprir algumas delas.
Assunção frisa que acharia melhor se os professores pedissem para os alunos fazerem mais o uso da internet, onde ele poderia utilizar as ferramentas tecnológicas que disponibilizam essa rede para estudo e pesquisa. “Hoje em dia, a gente encontra tudo na internet. Eu e muitos dos meus colegas preferimos utilizá-la, porque às vezes perdemos tempo tentando encontrar um livro na biblioteca”, confessa. Outro argumento que Assunção usa para defender o uso de ferramentas tecnológicas é o meio ambiente. “O acesso sempre no computador seria melhor, porque poderíamos contribuir mais para o meio ambiente, pois a folha de papel vem das árvores”, explica. “E, com o computador, não precisa ficar comprando caderno.”
O aluno do 3° ano do ensino médio Pedro Henrique Moura também diz que todo recurso tecnológico utilizado é válido, "desde que seja para somar e não subtrair". Moura estudou determinado período em escola de rede privada e hoje está concluindo o ensino médio em escola pública. “No colégio onde eu estudava, tínhamos projetor, telão e computador numa sala de aula, e os professores utilizavam essas ferramentas para o ensino”, recorda Moura. “Já na escola pública na qual estudo atualmente, os alunos só possuem cadernos e livros como objeto de estudo.”
Moura diz que percebeu grande mudança no seu aprendizado. “Eu vi o ‘abismo’ que existe entre o público e o privado, uma vez que podíamos acompanhar a didática com mais clareza, proporção e profundidade”, expõe. O estudante ainda diz que, na escola pública, as aulas são sempre as mesmas, quase sem exceção. “Posso dizer que, antes, a fixação do conteúdo exposto era maior, pois imagens e vídeos me faziam lembrar com clareza as matérias mais específicas”, explica.
Os universitários já estão mais acostumados com o uso de tecnologia na sala de aula, tanto por parte dos professores quanto dos alunos. Há aqueles que apoiam o uso de ferramentas tecnológicas como objeto de estudo e outros que não. A estudante universitária Deise Elen de Paula diz que usar tecnologia em sala de aula a ajuda muito, porém a deixa mais vulnerável com relação às outras atividades. “Querendo ou não, a gente lembra de um e-mail que tem que mandar, acaba fazendo outro trabalho ou, até mesmo, jogando. Mas eu não dispenso essas ferramentas”, comenta.
Agora, com relação aos professores utilizarem a tecnologia como ferramenta pedagógica, Deise Elen acredita que eles poderiam aproveitá-la, sim, mas também deveriam incentivar os alunos a fazerem mais trabalhos manuscritos. “Para não ficar no CtrlC e CtrlV, os professores poderiam pedir mais trabalhos escritos à mão, porque, assim, os alunos teriam uma capacidade maior de decidir bem o que ler, sem perder tempo com outras coisas”, sugere. “Dessa forma, talvez os alunos abandonariam um pouco mais os objetos tecnológicos para aprenderem mais com os livros.”
Além dos alunos Yuri Assunção, Pedro Henrique Moura e Deise Elen de Paula, outros estudantes também deram suas apreciações com relação ao uso de ferramentas tecnológicas em sala de aula. O vídeo a seguir mostra a opinião deles.
Imagens e edição: Mayra Silva
Para obter a atenção dos alunos de ensino básico, médio e superior, o professor universitário Augusto Uchôa diz que um aspecto positivo é usar filmes e enquetes em sites de vídeo. “A nova geração é mais ligada aos recursos audiovisuais, e isso deve ser incentivado nas escolas”, aponta.
Já o professor André Acioli, que atualmente leciona na Faculdade Moraes Júnior – Mackenzie Rio, diz que, com as ferramentas e recursos hoje disponíveis, houve uma verdadeira democratização do conhecimento. “Os professores, agora, têm a oportunidade de maximizar seu papel como educadores, atuando, sim, como facilitadores para a descoberta nos diversos campos do saber (acadêmico ou não)”, analisa.
Acioli também diz que os professores que não utilizam a tecnologia como ferramenta pedagógica terão restrições para oportunizar o aprendizado em sala de aula, juntamente com as escolas que não a oferecem. “Os mais prejudicados são os alunos, por continuarem a vivenciar quase o mesmo processo escolar existente desde o início do século passado, ou seja, com pouquíssimas diferenças”, aponta. Acioli ainda diz que, se os alunos souberem aproveitar as ferramentas tecnológicas que tem em mãos, sem perder tempo com outras redes e aplicativos, o aprendizado só tende a aumentar.
Só não entendi porque você só indicou o nome de uma das escolas/faculdade. Você deveria seguir um padrão: ou citar todas, ou nenhuma. Mas, de forma geral a reportagem ficou muito boa. Karla
Só não entendi porque você só indicou o nome de uma das escolas/faculdade. Você deveria seguir um padrão: ou citar todas, ou nenhuma. Mas, de forma geral a reportagem ficou muito boa. Karla
ResponderExcluirÉ verdade. Não me liguei nisso. Obrigada pela colocação!
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