A organização mundial de saúde recentemente anunciou que pretende reduzir a obesidade no mundo e confirmou a relação que ela possui com o açúcar. Para que essa mudança se torne realidade, várias são as medidas a serem tomadas, uma delas é a modificação dos hábitos das pessoas que desde pequenos foram ensinados e conduzidos a consumir o açúcar refinado. Com o objetivo de diminuir a obesidade infantil, haveria um controle no número de publicidades com comidas
e bebidas prejudiciais à saúde dos pequenos.
e bebidas prejudiciais à saúde dos pequenos.
O açúcar, em especial o refinado, foi considerado como um veneno por médicos e endocrinologistas da universidade da Califórnia, afirma a nutricionista Adriana Silveiro do hospital Adventista de São Paulo. Presente na maioria dos alimentos, ele tem alto valor calórico e nada nutritivo. A indústria alimentícia nada cautelosa promove alimentos com elevados índices de glicose, porque querem resultados lucrativos. Infelizmente muitas famílias não conseguem fugir dessa armadilha quando lidam com uma alimentação equilibrada e saudável. Somos programados a consumi-los, pois as propagandas de TV, revistas e até mesmo nas lanchonetes das escolas, contribuem na promoção desses alimentos sem alertar os riscos que o açúcar apresenta para a saúde.
Com base em pesquisas da Universidade da Califórnia, em média na América Latina, os adultos consomem 22 colheres de chá por dia e ingerimos 68 quilos de açúcar e adoçantes por ano. Segundo dados do Ministério da Saúde uma em cada três crianças brasileiras entre 5 e 9 anos está acima do peso ou obesa. Nosso paladar está habituado a consumir doces por conta dos nossos antepassados que o datavam como um alimento seguro quando sentiam o gosto doce na língua. Uma vez que era fácil encontrar frutas e alimentos venenosos.
Nós nos sentimos atraídos pelo cheiro, pela aparência e depois pelo gosto. De acordo com Adriana Silveiro, o açúcar “nos proporciona satisfação e prazer. A compulsão por doces acontece em função da liberação de substâncias químicas naturais que promove essa sensação de contentamento, essas substâncias são liberadas pelo cérebro quando ingerimos alimentos doces”. Entretanto, o lado amargo desse ingrediente é que ele também está associado a doenças como diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares. A pessoa quando o ingere tem o nível de glicemia elevado em pouco tempo, pois ele não apresenta fibras, sais minerais e proteínas e é facilmente absorvido pelo intestino, além de contribuir para o aumento de gordura nas células.
Sara Oliveira Luiz, dona de casa, tem consciência que os cuidados com a alimentação é fundamental para o bom desenvolvimento do seu filho Artur, de três anos. Ela escolheu uma alimentação vegetariana, rica em grãos, verduras, legumes e frutas. No lugar do açúcar branco ela varia entre o mascavo e o demerara. Sara alega que escolheu uma alimentação saudável, “por que fortalece o sistema imunológico e é bom para o desenvolvimento mental e cognitivo da criança”. Para Sara não haverá problemas referente a mudanças de hábitos, mas para as mães que não tem controle sobre a alimentação dos filhos, o trabalho será maior.
Daniela Silva, especialista em endocrinologia, afirma que hoje é possível viver sem o açúcar branco sem nenhum problema porque “a glicose, que é a substância necessária ao corpo, é encontrada em uma gama de outros alimentos, como os carboidratos complexos (leguminosas, raízes, cereais e frutas)”. O açúcar puro acrescenta ao ser humano apenas gordura, e em excesso pode causar inúmeras doenças. E difícil conciliar prazer e vida saudável, mas existem muitos alimentos que podem substituir esse veneno.
Bruna Ribeiro de Oliveira