O sonho de voar pode se tornar realidade











O homem que sonha, pode voar em todas as direções.


Por: Marcelo Dias


Um esporte interessante esse, o do salto livre. Mas, para entender bem como ele funciona e como tudo começou, as suas diferenças e divisões nas categorias de voo, vamos relembrar o surgimento do esporte desde o seu inicio.

Quantas vezes já não sonhamos que estávamos voando quando dormíamos ou até mesmo em pensamento observando os pássaros, então, quando percebíamos que o voo não era real, não queríamos ter acordado deste sonho fantástico e nem parar com os nossos pensamentos de que estávamos voando?

O ser humano sempre quis ter essa experiência de sair do chão sozinho e sair voando para onde quisesse como se tivesse asas e com toda a liberdade do mundo, simplesmente pelo prazer de voar. Hoje em dia muitos ainda sonham com essa ideia, portanto procuram nesse esporte obter a realização de voar. O primeiro salto livre no mundo registrado foi o do português chamado João de Almeida Torto, que não tinha ideia de saltar por esporte, só queria realizar o seu sonho de voar e não imaginava que o seu salto daria uma repercussão para o esporte.

Segundo o Blog Historic Wings, produzido desde 1997 em parceria com Thomas Van Hare retrata muito bem o fato histórico do salto livre mais antigo da história humana que foi realizado em Portugal, mas acabou em tragédia no dia 20 de junho de 1540, o português, natural da Beira, barbeiro, astrólogo, e funcionário na época do Hospital de Santo António em Viseu, cidade de Portugal, teve a ideia de inventar umas asas de pano e pediu permissão das autoridades da época para testar a sua invenção e lançar-se do alto da torre da Sé de Viseu, com o objetivo de pousar no Campo de São Mateus. Conseguiu a façanha aplanando alguns metros, depois do salto pousou no telhado da capela de São Luís, mas por um descuido acabou caindo na rua, e morreu.

De lá pra cá ocorreram muitas experiências com o salto livre, muitos perderam as suas vidas, pois no inicio os praticantes não tinham noção de que o salto mal praticado poderia ser perigoso. Já no Brasil o primeiro salto oficial aconteceu 1974 com o francês Stephan Dunoyer de Segonzac, que saltou do Cristo Redentor. A partir desse salto muitos brasileiros tornaram-se adeptos do esporte. Luiz Cláudio Araújo de Mattos tornou-se o primeiro voador brasileiro, utilizando o sítio da Pedra Bonita, em São Conrado, Rio de Janeiro, como ponto de decolagem.

No Brasil deu-se inicio e divulgação do esporte com a criação da Associação Brasileira de Voo Livre - ABVL, em 1976, segundo o grupo foi organizada a sistematização de treinamento e normas de segurança, sendo o voo livre dividido pelas modalidades asa-delta e parapente (ou paraglider), mas o esporte se tornou oficial mesmo em 1985, quando foi reconhecido como desporto pela "Fédération Française de Vol à Voile" da França.

Hoje, a ABVL (Associação Brasileira de Voo Livre) é composta por 11 associações estaduais que contam com mais de 3.000 praticantes do esporte em todo o país. Junto à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) mantendo a responsabilidade pela a regulamentação e coordenação do esporte em nível nacional.

Os pilotos brasileiros começaram a se destacar em competições mundiais e internacionais, á partir de então já foram realizados três campeonatos mundiais que foram realizados aqui no Brasil, sendo dois na modalidade asa-delta e um na modalidade parapente (ou paraglider).

A realização do Circuito Brasileiro de Voo Livre, com foco no desenvolvimento técnico e divulgação do esporte justifica-se como uma importante ferramenta de desenvolvimento, aprimoramento dos pilotos e sustentabilidade do esporte.

As primeiras conquistas mundiais e a evolução do esporte.

Segundo o site do Ministério do Esporte do Brasil no panorama desportivo internacional, em 1981, o Brasil conquistou o Campeonato Mundial de Vôo Livre, no Japão, com o piloto Pepê Lopes, já o título de Campeão Mundial por Equipes em 1989 e Campeão do Pré-Mundial de 1990, com o piloto Paulo Coelho e vice-campeão mundial em 1989, com o piloto André Wolf.

A seleção da Equipe Brasileira é formada através de um ranking dinâmico e muito competitivo. Ao longo desses 32 anos de voo livre no Brasil, muitas etapas foram vencidas e, sem dúvida, uma grande conquista foi à construção da sede própria da ABVL no terreno cedido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro na área de pouso em São Conrado, Rio de Janeiro, berço do voo livre nacional.

O tempo passou e hoje os equipamentos são mais modernos e seguros, também podemos encontrar vários pontos e rampas estratégicos espalhados pelo nosso país, para poder praticar os saltos e como em qualquer esporte, acidentes também são passíveis de acontecer nessa modalidade, mas atualmente os riscos são bem menores.

Neste esporte é possível concluir a realização do sonho do ser humano de voar com liberdade, mas, com muito cuidado, por isso alunos iniciantes precisam não só perder o medo do salto, mas primeiro entender que para praticar esse esporte, devem-se ter aulas práticas e muita responsabilidade com a sua própria vida, é o caso do músico Daniel Roberto Sokacheski praticante amador do esporte na categoria parapente, que mora na região de Engenheiro Coelho, interior de São Paulo, diz:

“Alguns anos atrás isso parecia impossível pra mim, mas quando fui convidado por alguns amigos que já praticavam o esporte, pude vê-los saltar, vi que tudo tinha uma preparação antes do salto, com aulas teóricas e também muita pratica e instrução de voo no solo antes de saltar, com muita segurança, e não deveria sair saltando por ai, que nem “vida loca”, então quando tive o contato com o esporte não pude resistir e de lá pra cá pratico sempre que posso, não para competir, mas sim pelo prazer de voar”.

Fica a dica então pra quem mora no estado de São Paulo e deseja ter uma aventura radical, poderá então dar uma “chegadinha” em um dos locais de salto do Brasil e famoso entre os pilotos, chamado de Pico do Gavião, que está situado na divisa das cidades de Águas da Prata (SP) e Andradas (MG), a apenas 02h30minhs do aeroporto Internacional de Cumbica, e 01h30minh do Aeroporto de Viracopos (Campinas). Com 1.663 metros de altura, o pico, é uma das principais atrações da Serra do Caracol, em Andradas.


De cima do pico, os visitantes voam de asa-delta e parapente, além de ter uma visão privilegiada das cidades da região. Devido a sua infraestrutura privilegiada, o Pico do Gavião sedia campeonatos estaduais e nacionais de voo-livre entre os meses de setembro e novembro e conta com a presença de grandes nomes do esporte. Para chegar ao Pico do Gavião, o visitante tem de percorrer 12 km pela Rodovia Andradas (asfaltada) e mais 12 km por estradas regionais.

Já o praticante do esporte Roberto Hering desde 1981quando começou a voar de Asa Delta e de Paraglider ou Parapente em 1988, somando 32 anos de voo livre neste ano de 2013, diz em entrevista dada no dia 07/06/2013 para ABP (Associação Brasileira de Parapente) “Já faz alguns anos que pratico o voo livre, passei por diversas fases deste esporte no Brasil, desde a total falta de estrutura e pouquíssimos voadores no início, até os dias de hoje”.

Hering, conclui também que no esporte: “Quando voamos, a cada decisão que tomamos, novos cenários se apresentam e novas decisões devem ser tomadas. A cada uma destas decisões temos um risco inerente associado, o que devemos fazer então é identificar antecipadamente o risco de cada cenário e então poder estabelecer margens de manobra, nos colocando seguros ainda que erremos um pouco, precisamos indiscriminadamente da ajuda de cada voador para o crescimento seguro do esporte, sabemos que a cada voo que fazemos aprendemos um pouco mais, mas também sabemos que quando voamos juntos, mapeamos muito mais o terreno e andamos mais rápido, conseguindo chegar mais longe”.

Importante saber desse esporte, é que ele pode ser muito seguro, se bem praticado com total segurança do piloto, porque desde o seu inicio ocorreram muitas evoluções em seus equipamentos e ainda acontece nos dias atuais, pois tratando de um esporte de risco de morte é preciso ter total segurança, pois qualquer falha humana ou do equipamento, pode ser fatal.


1 comentários:

  1. O texto poderia ser encurtado, pois apresenta muitas informações históricas no começo que podem ser excluídas. Também demorou para colocar as falas da entrevista que você fez, ficou um texto muito descritivo. Poderia ser mais jornalístico. Karla

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